O ex-executivo da Odebrecht Sérgio Neves, um dos ex-dirigentes da empreiteira que fecharam acordo de delação premiada, afirmou em depoimento que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do PSDB, recebeu propina de 3% sobre o valor das obras da Cidade Administrativa, em Minas Gerais.
O complexo, em Belo Horizonte, funciona como sede do governo de Minas. Os prédios foram construídos quando Aécio Neves era governador.
A assessoria de Aécio divulgou nota (leia a íntegra mais abaixo) na qual disse, entre outras coisas, que o arquiteto responsável pelo projeto, Oscar Niemeyer, “já havia manifestado sua preocupação de que as obras fossem executadas por empresas de grande experiência técnica”. A nota acrescenta também que a Lei 8.666, com regras sobre as licitações no país, “também é clara ao exigir patamares de larga experiência para execução de grandes obras”.
“O senador Aécio jamais solicitou a quaisquer doadores recursos originados de caixa 2 ou ofereceu quaisquer contrapartidas, o que tem sido reconhecido inclusive por delatores. Em trecho do seu depoimento sobre doações eleitorais, divulgado hoje, Marcelo Odebrecht afirmou sobre Aécio: ‘Nunca me pediu nada vinculado a nada'”, diz a nota.
Sérgio Neves e Benedicto Júnior, outro delator da Odebrecht na Lava Jato, relataram ao Ministério Público que, em 2007, quando deu início ao segundo mandato como governador de Minas, Aécio Neves organizou um esquema para fraudar a licitação para as obras da Cidade Administrativa.
O esquema, segundo os delatores, envolvia a formação de um cartel de empreiteiras. Eles disseram, ainda, que a Odebrecht teria repassado aproximadamente R$ 5,2 milhões em propina ao tucano.
“Os referidos colaboradores apontam, por meio de declaração e prova documental, que, no início de 2007, o senador Aécio Neves da Cunha, recém-empossado para o segundo mandato de governador do estado de Minas Gerais, teria organizado esquema para fraudar processos licitatórios, mediante organização de um cartel de empreiteiras, na construção da “Cidade Administrativa” (ou “Centro Administrativo”) de Minas Gerais, com o escopo último de obter propinas decorrentes do pagamentos de obras”, diz trecho do inquérito aberto para apurar o envolvimento de Aécio Neves no caso.
(Fonte: Meio Norte)
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