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Campinas marca primeira audiência pública da nova licitação do sistema de transporte coletivo

Está prevista para o mês de maio a nova licitação do sistema de transporte coletivo de Campinas. Estimativas da própria prefeitura apontam que o novo sistema exigirá cerca de R$ 7 bilhões de investimentos.

Para se ter ideia da magnitude do novo processo, o edital da última licitação (realizada em 2005) exigiu investimentos da ordem de R$ 3,2 bilhões para o período de 15 anos.

A licitação dos transportes coletivos de Campinas deveria ter sido iniciada em março de 2016, mas passou por três adiamentos desde então. A proposta original é abrir a possibilidade de entrada de novas empresas de ônibus e reestruturar o sistema.

O atual contrato com as empresas de ônibus remete ao ano de 2005, mas foi considerado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo – TCE que julgou a licitação ilegal. No entendimento dos conselheiros, houve restrição à concorrência, por meio da capacidade técnica no julgamento da licitação pelos técnicos da prefeitura, usada como critério de desempate.

Como o atual contrato de concessão só findaria em 2020, a prefeitura de Campinas decidiu antecipar o processo de escolha das empresas que assumirão os serviços de transporte na cidade.

A primeira audiência pública sobre o edital de licitação já está marcada, e será conduzida pela Emdec, empresa que regula o sistema de transporte em Campinas, no próximo dia 21 de março de 2018. O encontro servirá para debater as propostas que devem fazer parte do edital.

Como antecipado por Carlos José Barreiro, atual secretário de Transportes de Campinas e presidente da EMDEC em entrevista ao Diário do Transporte, em maio de 2017, a concorrência vai prever que a região central tenha os menores impactos ambientais possíveis pela operação dos serviços. Para isso, ele afirmou, será criada a “Área Branca”, por onde só circularão ônibus elétricos. Confira:

https://diariodotransporte.com.br/2017/05/26/entrevista-campinas-tera-so-onibus-eletricos-na-regiao-central-garante-secretario/

A Emdec prevê ainda criar a Rede Estrutural, ligando os eixos de transporte do BRT com a Área Branca, utilizando também veículos com zero emissão de poluentes.

Além disso, o edital propõe estabelecer limite de velocidade ao perfil da via, em sua maioria 50 km/h. Outras propostas, como a ampliação da rede noturna (com linhas funcionando 24 horas) e a requalificação da frota, farão parte do novo edital da licitação.

A requalificação da frota prevê o investimento em modernas tecnologias, como Wi-Fi a bordo dos ônibus, circuito fechado de monitoramento por câmeras e sistemas de localização dos veículos.

Outra exigência prevista no edital diz respeito à acessibilidade em todos os ônibus da frota; ônibus articulados com piso baixo; câmbio automático; motorização silenciosa e ar-condicionado.

O prazo de concessão é de 15 anos.

No momento o sistema de transporte em Campinas é operado pela VB Transportes e Turismo Ltda., Consórcio Concicamp – integrado pela empresas Itajaí Transportes Coletivos Ltda., Expresso Campinas Ltda., Onicamp Transporte Coletivo e o Consórcio Urbcamp.

CAMPINAS ASSINA ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA COM BYD E CPFL PARA CRIAR MODELO DE MOBILIDADE ELÉTRICA NO SISTEMA DE TRANSPORTE LOCAL:

A Prefeitura Municipal de Campinas, através da Secretaria Municipal de Transportes/EMDEC, em parceira com a Empresa BYD e a CPFL, assinarão nesta quarta-feira, dia 14 de março, um Acordo de Cooperação Técnica para criação de um Modelo de Mobilidade Elétrica no Sistema de Transporte Público local.

O evento será na Prefeitura, às 9h45.

Com a meta da prefeitura de criar uma “Área Branca”, provavelmente este acordo de cooperação técnica deverá buscar soluções sustentáveis para a região central da cidade. Em contato com a prefeitura, fomos informados que os termos do Acordo só serão revelados amanhã, durante coletiva de imprensa.

Um dos parceiros do acordo, a chinesa BYD – Build Your Dream Company Limited, inaugurou sua fábrica de chassi em Campinas no dia 06 de abril de 2017. Já em julho de 2014, a prefeitura iniciou os testes com o ônibus elétrico da empresa. No dia da inauguração o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, citou a nova licitação dos transportes, afirmando que a prefeitura havia colocado como meta a inclusão de 150 ônibus elétricos na região central nos próximos anos. Confira:

https://diariodotransporte.com.br/2017/04/07/fabrica-de-onibus-eletricos-da-byd-campinas-ja-nasce-com-encomendas-diz-empresa/

Já a CPFL Energia, empresa de distribuição de energia com sede em Campinas, desenvolve o Programa de Mobilidade Elétrica, projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que estuda os impactos da utilização dos veículos elétricos. O projeto é financiado com recursos do programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A pesquisa, iniciada em 2013, receberá R$ 21,2 milhões em investimentos até 2018, ano de sua conclusão.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

(Fonte: Diario do Transporte)

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