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Vereadores aprovam criação de CPI para investigar Derosso

As denúncias surgiram a partir de auditoria do TCque investiga a contratação, de agências de publicidade que têm como sócios a jornalista Cláudia Queiroz, atual esposa de Derosso, e seu sogro.

Um acordo de lideranças garantiu nesta segunda-feira (15) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias que envolvem a gestão do presidente da Câmara Municipal de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB). A reviravolta aconteceu depois que as cúpulas do PSDB e do DEM decidiram liberar seus vereadores para assinarem o pedido de criação da CPI, apresentado pela oposição, que até a manhã de ontem tinha apenas 9 das 13 assinaturas necessárias. Com o acordo, 34 dos 38 vereadores acabaram assinando o pedido até ontem.

 

As denúncias surgiram a partir de auditoria do Tribunal de Contas que investiga a contratação, por parte da Câmara, em 2006, de agências de publicidade que têm como sócios a jornalista Cláudia Queiroz, atual esposa de Derosso, e seu sogro. Elas apontam ainda que a jornalista ocupava um cargo em comissão na Casa quando a licitação foi realizada. Ao todo, os contratos chegavam a R$ 31,9 milhõs em um período de cinco anos.

 

O vereador alega que o relacionamento entre os dois começou após essa época, e que Cláudia teria pedido demissão do cargo quando a empresa venceu a licitação. Outra denúncia aponta que a Câmara teria contratado, entre janeiro e abril deste ano, a irmã de Cláudia, Renata Queiroz Gonçalves dos Santos, para um cargo em comissão, o que configuraria nepotismo.

 

Uma investigação chegou a ser aberta no Conselho de Ética da Câmara, que deveria concluir os trabalhos na próxima quinta-feira. O Conselho havia convocado Derosso para depor na quinta-feira. Além disso, uma Comissão Processante foi aberta na semana passada com prazo de sete dias para conclusão da investigação sobre a acusação de nepotismo.

 

Na semana passada, a bancada de oposição iniciou a coleta de assinaturas para a abertura da CPI. O argumento é que a comissão teria mais poderes e condições para realizar a investigação de forma mais transparente. Inicialmente, sete vereadores assinaram o pedido – o líder da oposição, Algaci Tulio e Noêmia Rocha, ambos do PMDB, e os três do PT, Jonny Stica, Pedro Paulo, professora Josete, e Paulo Salamuni, do PV. Ainda na semana passada, a bancada do PPS decidiu que os vereadores do partido, Renata Bueno e Zé Maria, também assinariam. E a direção do PDT sinalizou que os três vereadores da legenda também fariam o mesmo. Além disso, ontem pela manhã a vereadora Dona Lourdes, do PSB, partido do prefeito Luciano Ducci, aliado de Derosso, procurou a liderança da oposição e pediu para assinar a CPI, afirmando não aguentar mais a pressão de seus eleitores. Com ela, mais a adesão do PDT e do PPS, o bloco oposicionista já tinha praticamente garantidas as 13 assinaturas para a abertura da comissão.

 

Segundo fontes da Câmara, a mudança de postura dos vereadores aliados a Derosso teria sido motivada pela risco iminente de criação da CPI, que diante da pressão externa, parecia inevitável. Com a adesão deles, o grupo espera manter a investigação sob controle, já que os aliados do presidente da Câmara são maioria, e devem ocupar os postos chave de presidente e relator da CPI.
Eles não tinham saída. Sentiram que não tinham outra alternativa, considerou o líder da oposição, Algaci Tulio. Segundo ele, a pressão da população e da imprensa teriam sido fundamentais para o desfecho. Os vereadores se deram conta de que a CPI é um instrumento necessário, e que a Câmara tem que dar uma resposta à sociedade, considerou o líder da bancada do PT, Jonny Stica.

 

Vagas – Tulio diz que amanhã vai protolocar oficialmente o pedido. Com isso, a Mesa Executiva da Casa deve dar um prazo para que os partidos indiquem os nove membros da comissão. O preenchimento das vagas obedecerá a proporcionalidad das bancadas. O PSDB, que tem a maior bancada, com 14 vereadores, terá três vagas. PT, PDT, DEM e PSB, que têm três vereadores cada, terão direito a uma indicação por partido. Quatro partidos que têm dois vereadores – PMDB, PV, PP e PPS – vão ter que entrar em acordo para dividir outra vaga. PRB, PSC, PSL e PRP, com um vereador cada, também tem direito a uma indicação. O prazo para a investigação é de 120 dias.

(Fonte: Bem Paraná – O Portal Paranaense)

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