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São José dos Campos (SP) apresenta PMI para licitação do sistema de transporte coletivo

Prefeitura quer implantar nova rede de ônibus em meados de 2021

ADAMO BAZANI/WILLIAN MOREIRA

A prefeitura de São José dos Campos, no interior de São Paulo, apresentou nessa terça-feira, 15 de dezembro de 2020, o PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) que trata da nova licitação do transporte coletivo.

Segundo a administração municipal, o encontro pela internet sobre o procedimento contou com a presença de mais de 40 empresas nacionais e internacionais da área de mobilidade, profissionais do setor de transportes e empresas públicas como a BHTrans de Belo Horizonte, Minas Gerais e da Autarquia de Trânsito e Transporte (AMTT) de Ponta Grossa, no Paraná, totalizando 105 participantes.

Os técnicos apresentaram o modelo jurídico, logístico e tecnológico de como será contratada a plataforma nova de tecnologia que em breve terá os editais apresentados para a consulta pública.

Essa é mais uma etapa do processo iniciado em janeiro de 2019, quando a prefeitura e a FGV (Fundação Getúlio Vargas) firmaram um contrato para os estudos, análise, acompanhamento e reformulação de todo o sistema de transporte coletivo municipal e assim elaborar o edital da nova concessão que acontecerá em 2021.

A diferença principal em relação ao modelo de concessão atual, no qual o Consórcio 123 venceu apresentando a maior outorga para o município, é que o vencedor será escolhido por oferecer a menor tarifa técnica que deverá ser inferior que a atual praticada.

FGV E ESTUDO DE LICITAÇÃO EM DUAS ETAPAS:

Como mostrou o Diário do Transporte, O Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getulio Vargas (FGV Cepesp) anunciou que firmou parceria com a prefeitura de São José dos Campos, no interior de São Paulo, para desenvolver um novo modelo de concessão, operação e gestão dos transportes públicos.

Uma das propostas, segundo nota da FGV, é a separar, em duas licitações, a contratação da operação do transporte público, da tecnologia necessária para gestão do serviço.

Segundo o Cepesp, atualmente, o modelo de concessão de ônibus nas cidades brasileiras é caracterizado por um único procedimento licitatório, no qual a concessionária vencedora do certame é responsável tanto pela operação dos ônibus quanto pela tecnologia por trás da gestão do serviço.

Outra proposta divulgada pelo centro nesta semana, é a criação de um serviço de “ônibus sob demanda” por aplicativo.

A ideia é que por meio de ferramentas de tecnologia para gestão (big data e machine learning) haja a oferta em algumas regiões da cidade de um serviço customizado e flexível que se adeque às necessidades do usuário, inclusive nas periferias.

“Hoje algumas cidades no Brasil já implementaram este serviço nas áreas centrais, mas a inovação do caso joseense é que os ônibus sob demanda também atenderão as regiões mais periféricas da cidade”. – diz a FGV na nota.

O sistema de rotas flexíveis e horários que podem mudar de acordo com a demanda seria possível, segundo as análises iniciais divulgadas pela instituição, com a implantação de um novo sistema de governança que separe a provisão de tecnologia do serviço dos ônibus.

“Por meio da utilização de dados compartilhados pela cidade, o objetivo é criar uma modalidade que irá prever rotas flexíveis, frequências e paradas que permitam à rede de transporte público se adaptar às demandas dos passageiros e oferecer serviços mais personalizados e flexíveis de acordo com as necessidades dos usuários.”

MODALIDADES DE TRANSPORTES EM UMA PLATAFORMA:

Para o novo modelo que está sendo elaborado pelo centro da FGV, também é estudada a possibilidade de criar uma plataforma que integre tanto do ponto de vista operacional como tarifário as diferentes formas de deslocamento com a participação dos diversos prestadores de serviços de mobilidade.

“O próximo passo do projeto será uma migração para o modelo integrado de “Mobility as a Service – MaaS”, que irá compilar todas as modalidades de transporte em uma única plataforma, do ponto de vista operacional e tarifário. Qualquer operador na área de transporte em São José dos Campos, de forma direta ou indireta, poderá aderir à plataforma, incluindo companhias de rede de transporte, táxis, operadores de estacionamento de ruas, aplicativos de mapeamento e rotas, bicicletas e scooters compartilhadas. A adesão à plataforma não será mandatória, porém planeja-se conceder incentivos para a adesão que permitirão que o sistema viabilize o deslocamento de todos os cidadãos da cidade. Apesar de a ideia já estar na agenda de várias cidades, até agora nenhuma delas foi capaz de implementar um modelo com tamanha flexibilidade.”

DESCONTOS TARIFÁRIOS:

A FGV informou ainda que os pesquisadores vão usar trabalho de campo e análises de mercado para possibilitar descontos e reduções nas tarifas de transportes coletivos, não descartando a possibilidade de o transporte individual financiar, pelo menos em parte, essa redução de custos para os deslocamentos nos ônibus e nos meios de transportes não motorizados.

“Os pesquisadores do FGV Cepesp usarão uma combinação de experimentos de campo com machine learning para pensar em alternativas de desconto tarifário a partir de uma perspectiva social, premiando o transporte ativo e fazendo com que o transporte individual motorizado retribua à sociedade o que tem causado de perdas para ela. O objetivo é gerar um compartilhamento entre os modais de transporte que, no médio prazo, garanta igualdade e sustentabilidade na mobilidade de São José dos Campos.”

CORREDOR VERDE:

Enquanto a concessão do sistema está indefinida, a prefeitura anunciou a criação de um sistema de corredores de ônibus 100% elétricos.

O corredor Linha Verde, considerado a principal obra de mobilidade da cidade, terá numa primeira etapa, 14,5 quilômetros, e vai ligar as regiões sul e leste, consideradas as mais populosas, passando pelo centro da cidade.

Como mostrou o Diário do Transporte em 29 de abril, a prefeitura assinou o contrato de fornecimento de 12 ônibus articulados de 22 metros de comprimento cada para o sistema. Na ocasião, o poder público havia informado que os veículos curtiram R$ 34,732 milhões, sendo que R$ 9,2 milhões provenientes da outorga do serviço de concessão da zona azul.

No mesmo dia, a prefeitura também assinou contrato com o Consórcio Projeto Linha Verde, formado pelas empresas Compec Galasso e Geosonda, que serão responsáveis pelas obras da primeira fase do projeto, que terá início na Estrada do Imperador (região sul) até o Terminal Intermunicipal (região central).

O contrato tem valor de R$ 55,832 milhões, sendo R$ 30 milhões de aporte do governo estadual, segundo a prefeitura.

O sistema será classificado como TRM (Transporte Rápido de Massa) e vai contemplar um “eixo sustentável” de 75 mil metros quadrados que e inclui, além do corredor expresso para os ônibus, quatro praças ao longo do trajeto.

O Diário do Transporte noticiou em 13 de novembro de 2020, que as fabricantes BYD e Marcopolo anunciaram a conclusão da primeira unidade que passará por processo de homologação.

O modelo é o BYD 11B piso baixo (chassi)/Marcopolo Attivi Express (carroceria).

Relembre:

(Fonte: Diário do Transporte)

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