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Ribeirão Preto tem apenas 0,5% do lixo coletado encaminhado para a reciclagem


Cooperativas reclamam que não recebem material para realizar o serviço. Dos 240 bairros da cidade, coleta seletiva está presente em 37; Prefeitura informou que nova licitação vai ampliar o programa.

Ribeirão Preto (SP) tem apenas 0,5% do total de lixo coletado no município levado para a reciclagem. De acordo com a Prefeitura, das 16,7 mil toneladas de resíduos geradas por mês, 88 toneladas são reaproveitadas. Já em relação aos bairros, dos 240 que existem na cidade, 37 recebem a coleta seletiva. Funcionários de cooperativas reclamam que não recebem material para realizar o serviço.

A presidente de uma cooperativa de material reciclado com capacidade para 150 toneladas afirmou que a quantidade de resíduos encaminhados pela Prefeitura, fruto da coleta seletiva, tem diminuído significativamente. “A entrega da prefeitura está pequena. Teve uma grande queda, inclusive do mês passado para cá caiu muito mais. Até então, coletava entre 40 e 50 toneladas, nesse mês caiu para 37,5 toneladas”, disse Iraci Pereira.

Segundo ela, a diminuição tem prejudicado a vida dos cooperados, que ficam sem trabalhar por falta de material. Se a situação não mudar, a cooperativa corre risco de fechar as portas. “Nós estamos perdendo dia, porque somos nós que fazemos o nosso salário. Está muito pequena a coleta seletiva por parte da Prefeitura e dos moradores também. Os moradores também têm que separar mais recicláveis. A gente quer material para podermos trabalhar”, afirmou.

Moradores
O engenheiro agrônomo Luiz Gonzaga Fenólio, que mora no bairro City Ribeirão, na Zona Sul da cidade, conta que o bairro é contemplado com a coleta seletiva e que separar o lixo é importante. “Nós fazemos a reciclagem em casa porque é um benefício para a comunidade e para o meio ambiente. É aproveitar materiais possíveis de serem reciclados. Isso é saúde para as pessoas, para o meio ambiente, para cidade, para o estado e para o país”, explicou.

Fenólio afirmou ainda que todos os moradores deveriam fazer a separação do lixo, já que muitas pessoas vivem a partir da renda gerada pela reciclagem. “A gente sabe que esse material para reciclagem beneficia muitas pessoas. Existem cooperativas que vivem disso, pessoas que trabalham com isso. Eles têm na reciclagem a sua atividade profissional e o sustento da família”, contou.

Já para Reginaldo da Silva, que é catador de reciclagem autônomo, além das dificuldades de coletar o material separado, muitas vezes ele tem de lidar com o preconceito. “Em um condomínio, eu tive que conversar com a pessoa três vezes. Se a Prefeitura indicasse a gente para esses lugares, seria bom, porque as pessoas, às vezes, não querem que a gente pegue porque acham que vamos roubar o condomínio ou fazer alguma coisa errada”, relatou.

Já para Reginaldo da Silva, que é catador de reciclagem autônomo, além das dificuldades de coletar o material separado, muitas vezes ele tem de lidar com o preconceito. “Em um condomínio, eu tive que conversar com a pessoa três vezes. Se a Prefeitura indicasse a gente para esses lugares, seria bom, porque as pessoas, às vezes, não querem que a gente pegue porque acham que vamos roubar o condomínio ou fazer alguma coisa errada”, relatou.

(Fonte: G1)

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