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Piscinão de Ramos recebe água, mas queixas de moradores e comerciantes continuam

— No começo, era muito bom. Mas agora, vendemos apenas a metade do que vendíamos. Falta investimento.

O ambulante Gentil Martins, de 58 anos, esteve no piscinão na última quinta-feira com seus óculos escuros para vender. Não achou um freguês sequer:

— Já foi bom trabalhar aqui. Hoje em dia, está caído.

Zona Sul da Zona Norte

Há 50 anos em Ramos, a aposentada Severina Maria de Souza, de 87 anos, a Dona Bia, lembra de quando a praia com o mesmo nome que o bairro ainda era frequentada por banhistas.

— Era uma maravilha. Vinha muita gente tomar banho aqui. Era a Zona Sul da Zona Norte — contou.

No decorrer dos anos, porém, ainda de acordo com as lembranças de Dona Bia, a praia ficou poluída e vazia. Em 2001, com a chegada do piscinão, ela viu o movimento voltar a Ramos. E comemorou:

— Junto com o piscinão veio asfalto para as ruas. Muita gente ganhou dinheiro.

Mas, dez anos depois da inauguração do lago artificial, a aposentada volta a ver sinais de decadência.

— Esses dias dei uma volta por lá e fiquei tão triste em ver o piscinão vazio, quase ninguém nos quiosques. Deu dor no coração — disse ela.

Nascida e criada em Ramos, Lúcia Maria Conceição do Nascimento, de 53 anos, trabalhou como servente nas obras do piscinão e, depois de o lago artificial ser inaugurado, cuidava da limpeza. Ficou no serviço até 2004 e guarda o crachá que usava na época.

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