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MP apura desvio de R$ 30 mi na Prefeitura de Nova Lima

Instalado na Secretaria de Esporte e Lazer, organizou “um verdadeiro esquema de generalizadas fraudes às licitações envolvendo a realização de inúmeros eventos

Em parecer, promotor cita pelo menos três secretários do prefeito Cássio Magnani (PMDB)

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) investiga um suposto esquema de formação de quadrilha dentro da Prefeitura de Nova Lima que pode ter desviado até R$ 30 milhões dos cofres públicos. O relatório da investigação é assinado pelo promotor de Justiça André Luís Garcia de Pinho, que pede maior apuração de crimes praticados, segundo ele, por uma “organização criminosa que estaria desviando verbas públicas (…) há pelo menos dois anos”.

 

O TEMPO teve acesso ao documento de 16 páginas em que o promotor detalha evidências de crimes cometidos dentro do poder público municipal. São citados na investigação ao menos três secretários municipais, além de servidores, assessores, operadores e até mesmo o chefe de gabinete do prefeito de Nova Lima, Fernando Taveira Correia.

 

Conforme a Promotoria de Combate ao Crime Organizado e Investigações Criminais do MPMG, os investigados se dividiam basicamente em três núcleos “que, eventualmente, se entrelaçam”.

 

O primeiro, dentro da Secretaria de Comunicação, teria, segundo o promotor, o envolvimento do secretário Márcio Tupy e da servidora Maria da Glória de Morais Resende. Segundo a investigação, a prefeitura teria contratado a agência de publicidade RC Comunicação, “que, por sua vez, retornaria com parte do dinheiro aos quadrilheiros”, de acordo com o relatório. Parte dos R$ 6 milhões pagos à empresa tinha destino certo: os jornais “Nova Lima Times” e “Cultura e Comércio”, que já tiveram como sócios o secretário Tupy e Wilson Otero Filho, assessor na secretaria de Esporte e Lazer.

 

A “RC Comunicação (…) somente seria contratada caso ‘optasse’ pela divulgação da publicidade por meio dos jornais indicados justamente pelos proprietários ‘de fato’ de referidos veículos”, afirma o promotor.

 

O segundo núcleo, instalado na Secretaria de Esporte e Lazer, organizou “um verdadeiro esquema de generalizadas fraudes às licitações envolvendo a realização de inúmeros eventos e festas na cidade”. Conforme depoimento colhido pelo promotor, o “esquema de pregão com carta marcada praticamente quebrou o município, tornando-se uma fonte inesgotável de renda para o grupo”.

 

Por fim, o terceiro núcleo teria como figura central o assessor da secretaria de Educação Luciano Datto, que “tem um esquema de contrato de consultorias (…) para ‘justificar’ o desvio de recursos públicos”.

 

Conforme o MPMG, nesse caso, o modus operandi é o mesmo adotado pelo primeiro núcleo. “Os reais proprietários das empresas se excluíram apenas pro forma, passando a ocupar cargos de confiança na Prefeitura de Nova Lima”.

 

(Fonte: O Tempo)

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