A fase de licitação do leilão de gases renováveis promovido pelo Governo, no âmbito da sua promoção, terá lugar ainda esta semana, afastadas que foram pelo júri do concurso as duas reclamações apresentadas, soube o Água&Ambiente Online de fonte segura.
De acordo com os termos do leilão, o júri do concurso comunicou ao Operador do Mercado Ibérico de Energia (OMIP) a lista das candidaturas admitidas a participar na fase de licitação, informando-o igualmente da intenção inicial de venda de hidrogénio renovável e biometano apresentada por cada concorrente. Este procedimento concorrencial permite agora passar à fase final, a licitação.
Sem estarem resolvidas as reclamações apresentadas e num cenário de litigância, todo o processo ficaria suspenso.
Com o afastamento das intenções de venda dos dois reclamantes, é de esperar que se reduza alguma concorrência pela obtenção dos melhores preços de venda do hidrogénio e do biometano, permitindo assim que os mesmos se aproximem dos preços máximos de 127 €/MWh para o hidrogénio e de 62 €/MWh para o biometano.
No leilão de hidrogénio, estão em causa o fornecimento, por um prazo de 10 anos, de 60 GWh/ano, que terá garantia de escoamento em alta pressão na rede da Rede Nacional de Gás, gerida pela REN, e 60 GWh/ano de hidrogénio, que será canalizado para a Rede Nacional de Distribuição de Gás.
Apesar de o valor de venda de hidrogénio ser favorável para os promotores, pelas circunstâncias ditadas pelo leilão, ainda assim é insuficiente para viabilizar projetos de raiz que vão necessitar de apoios, nomeadamente do PRR.
Já no lote de biometano, o concurso ficou praticamente vazio, pois dos 150 GWh/ano, pelo mesmo período de 10 anos disponíveis, apenas um pequeno projeto de 3 GWh/ano já existente se candidatou, sendo este o grande insucesso do primeiro leilão para a compra centralizada de hidrogénio verde e biometano, que tem por objetivo estimular projetos que promovam a descarbonização e a economia circular.
(Fonte: Água e Ambiente)