No âmbito do clube, o contrato foi elegido como ‘nosso’ e as outras empresas do cartel deram cobertura na licitação
O executivo da Toyo Setal Augusto Mendonça detalhou esquema de propina em cinco contratos com a Petrobras – sendo que um envolveu a empreiteira OAS e um outro a Mendes Junior. Mendonça fez as declarações em sua delação premiada, na operação Lava-Jato.
Ele admitiu saber sobre pagamento de propina em cinco contratos envolvendo Toyo e Petrobras: Terminal de Cabiúnas 2, Revap, Replan, Repar e Terminal Cabiúnas 3.
O contrato do Terminal de Cabiúnas 2 foi firmado entre Consórcio Tsgás (composto por Toyo Engeneering e Sog – Óleo e Gás) com a Petrobras em 2007.
O contrato da Revap – refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos (SP), foi firmado por Consórcio Ecovap (composto por OAS, Toyo Engeneering e Sog – Óleo e Gás) com a Petrobras no fim de 2007, com valor de R$ 1,5 bilhão.
Em ambos os casos, disse Mendonça, os contratos não foram negociados no clube das empreiteiras do cartel. A Toyo Engeneering liderou os consórcios de Terminal de Cabiúnas 2 e Ecovap. Quem pagou propina foi Julio Camargo, também executivo da Toyo Setal, disse Mendonça em sua delação premiada.
Os outros contratos foram negociados no cartel das empreiteiras.
O contrato da Replan – Refinaria de Paulínia, interior de SP, foi firmado pelo Consórcio CMMS (Mendes Junior, MPE e Sog – Óleo e Gás) com a Petrobras. Foi feito no final de 2007, com valor de R$ 1 bilhão.
A Mendes Júnior liderou o consórcio e Mendonça foi o responsável por negociar quanto seria pago de propina e operacionalizar os pagamentos. “No âmbito do clube, o contrato foi elegido como ‘nosso’ e as outras empresas do cartel deram cobertura na licitação, apresentando propostas de valor acima à apresentada pelo consórcio CMMS, que havia sido definido previamente dentro do clube como o vencedor”, diz o relatório da investigação.
Como o CMMS foi vencedor, “pode afirmar que a lista deve ter sido entregue pelo coordenador do clube, Ricardo Pessoa, provavelmente às diretorias de Engenharia e Serviços e de Abastecimento, respectivamente dirigidas à época por Renato Duque e Paulo Roberto Costa”, diz o documento.
Mendonça afirmou ter negociado propina com o ex-deputado do PP, José Janene, com Duque e Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da estatal. Mendonça disse ter pago R$ 20 milhões a Janene e Costa, no total.
O quarto contrato citado por Mendonça, o da Repar, foi assinado em 2008 e teve valor de R$ 2,4 bilhões. A Petrobras fechou com o Consórcio Interpar, composto pelas mesmas empresas do CMMS (Mendes Junior, MPE e Sog – Óleo e Gás).
A Interpar pagou R$ 70 milhões em propinas, disse Mendonça. Cada empresa do consórcio contribuiu com um terço do dinheiro.
Os pagamentos das parcelas da Repar foram feitos de três maneiras: dinheiro, remessas em contas indicadas no exterior e “doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores – PT”.
O quinto contrato, do Terminal de Cabiúnas 3, foi de R$ 1 bilhão, assinado em 2011. Foi firmado entre Consórcio SPS (Skanska, Promon e Sog) e Petrobras.
Mendonça disse também que quem tratava com Fernando Soares – o “Fernando Baiano”, suposto operador do PMDB no esquema de propina da Petrobras – era outro executivo da Toyo Setal, Julio Camargo.
(Fonte: Valor Econômico/Leticia Casado)
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