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Estudantes do cursos de veterinária cobram posição da UFAL

Alunos acusam a reitora Ana Dayse pela falta de estrutura do curso no pólo de Viçosa.

Os estudantes do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que ocupam o prédio da reitoria do Campus A. C. Simões há quase uma semana, garantem que só desocuparam o local quando a reitora Ana Dayse Dórea e o vice-reitor Eurico Lobo apresentaram uma solução concreta em relação ao caos que se instalou no curso.

Os alunos ainda afirmam não acreditarem mais nas falácias da direção, e que a última reunião realizada não apresentou nenhuma prova concreta. “Nos reunimos com os gestores e eles disseram que o problema está resolvido, mas são só promessas que nunca são cumpridas. Queremos garantia e prazo” disse Paulo Fernandes Wianês.

Ainda de acordo com os alunos, o curso só foi implantado para impedir a reforma agrária na véspera das eleições de 2006, quando os sem-terra foram expulsos da fazenda onde atualmente funciona o curso. Segundo José Cícero Fernandes, aluno do 2º período, a direção diz que a interiorização da universidade é um sucesso, porém na prática é um fracasso. O curso de veterinária não possui hospital, laboratório, refeitório e só tem três salas para cinco turmas, além da água do local ser contaminada por que a fonte fica próxima do lixão de Viçosa.

Como o espaço é disputado por 150 alunos, a maioria não consegue lugar em uma das salas de aula, e são obrigados a estudar em baixo de uma árvore ou no refeitório. “Nosso curso só pode ser reconhecido se tiver estrutura, o que hoje não existe. O curso só funciona porque temos professores capacitados, mas somos o pior curso de medicina ve-terinária do Brasil. O MEC nos deu nota zero por falta de estrutura”, explica José Cícero Fernandes. No ano de 2009 foi garantido pelo Governo Federal o recurso de um milhão e meio para a construção do hospital, mas devido o jogo de empura-empura da universidade e da construtora, a obra que seria entregue este ano não tem sequer um tijolo no local.

“Atualmente existe apenas a terra planagem. A construtora diz que para dar andamento à obra, a universidade precisa fornecer o projeto arquitetônico, por sua vez, a universidade diz que o projeto foi entregue. Não sabemos em quem acreditar, a única coisa que vemos foi à destruição de varias árvores, modificando a paisagem com a desculpa da implantação do hospital, mas nada foi feito” desaba o aluno do segundo período.

O grupo estudantil afirma, ainda, que hoje o curso vive um isolamento administrativo e político e tem uma deficiência estrutural gigante como a falta de telefone público, ônibus sucateado, acesso precário, restaurante privativo, falta de residência universitária, além do risco de desabamento da fachada, que tem estrutura de 1945. “O curso é integral e fica distante 7 km do centro de Viçosa. Tudo só chega aqui atrasado e nos sentimos isolados do mundo. Neste local não existe respeito ao aluno”, afirmou Paulo Fernandes Wianês.

Reitora rebate acusações, mas não apresenta dados concretos

A assessoria de comunicação da Universidade Federal de Alagoas disse que todas as reivindicações dos alunos serão atendidas e que os 120 pontos discutidos serão destrinchados cuidadosamente para chegar a um acordo. Ainda segundo a assessoria, os alunos que realizaram os protestos pacíficos na semana passada participaram da reunião e já voltaram para Viçosa, porém os que ainda permanecem no local, são agitadores. “Os que ainda estão lá não sabemos o que realmente querem. Eles são anti-go-vernistas e agitadores e com estes não negociamos.”

Em nota oficial, a Ufal informou que a Superintendência de Infraestrutura (Sinfra) da universidade deve definir um novo rumo para a construção do hospital veterinário, que tem recursos garantidos pelo Governo Federal, mas vem enfrentando a falta de compromisso da Empresa Cartol Construção e Serviços Ltda. “A empresa garantiu a conclusão da obra para junho desse ano e não vai cumprir. O nosso posicionamento é o rompimento do contrato e abertura de uma nova licitação”, afirmou a superintendente Aline Barboza.

 

Por: Ariana Rufino e Maria Salésia
(Fonte:. Jornal Extra de Alagoas)

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