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Empresário ameaçado teve de desistir de licitação em Mauá, revela investigação

A investigação da Operação Trato Feito, deflagrada nesta quinta-feira, 13, pela Polícia Federal, revela que um empresário da área de locação de veículos teve que “fugir” de um processo de concorrência da Secretaria Municipal de Abastecimento de Águas porque sofreu ameaças. Segundo a Polícia Federal, depoimentos nos autos do inquérito da Trato Feito relatam a saga do empresário que se inscreveu em um pregão aberto para locação de veículos da secretaria e acabou sendo intimidado por um outro concorrente, supostamente integrante de um grupo empresarial que detinha o monopólio e privilégios na administração municipal em troca de propinas milionárias para o prefeito Átila Jacomussi (PSB), preso nesta quinta.

A PF prendeu também o secretário de Governo de Mauá, João Eduardo Gaspar. A Operação Trato Feito fez buscas nos gabinetes de 22 dos 23 vereadores de Mauá.

Átila e Gaspar já haviam sido presos em maio, na Operação Prato Feito, que investigou desvio de verbas da merenda escolar. Eles foram soltos por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta quinta, eles foram presos outra vez, por decisão do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3).

“No curso das apurações, mesmo após a prisão e o afastamento do prefeito, foi detectada fraude em ao menos mais uma licitação”, informou o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, da Polícia Federal.

“Nós temos depoimentos que indicam que em um pregão que foi aberto para locação de veículos pela Secretaria de Abastecimento de Águas do município, um dos concorrentes foi ameaçado durante o certame e teve que se retirar, desistindo de concorrer e abrindo margem para outra empresa ganhar a licitação. Esse procedimento licitatório está sendo suspenso a partir de hoje por decisão do TRF-3, a pedido da Polícia Federal.”

O delegado assinalou que “mesmo com a prisão (do prefeito e do secretário de Governo) e mesmo com o afastamento, a organização criminosa continuou a praticar os mesmos crimes que praticava antes”.

(Fonte: IstóE)

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