A Pró-Cerrado teria recebido verba mesmo depois de problemas nas prestações de contas.
BRASÍLIA – O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, justificou, há pouco, em audiência na Câmara dos Deputados, que os repasses a ONGs com suspeitas de irregularidades foram liberados com aval da Controladoria Geral da União (CGU). Reportagem da revista “Veja” apontou que duas ONGs de Adair Meira, a Fundação Pró-Cerrado e a Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi), teriam supostamente desviado recursos repassados pelo governo. A Pró-Cerrado teria recebido verba mesmo depois de problemas nas prestações de contas.
“Sempre que identificado um problema, você paralisa o repasse. Ele [o convênio com a Pró-Cerrado] ficou sem receber para cumprir as exigências. Foi liberado porque a CGU disse que cumpriu a exigência”, afirmou.
Segundo as denúncias, a Pró-Cerrado teria destinado 86% dos recursos que recebeu a outras três entidades presididas pelo próprio Meira.
A Renapsi também não teria aplicado os R$ 3,3 milhões recebidos para capacitação profissional, objeto do convênio fechado com a Pasta. Falhas na licitação e na execução de contratos foram identificadas pela própria CGU, conforme as denúncias.
Lupi negou também ter relação com Meira. “Não tenho obrigação nenhuma com o senhor Adair. Devo ter encontrado com ele em algum convênio público, um lançamento. Não sei onde mora, nunca andei em aeronave dele ou de ninguém”, disse.
Por: Daniela Martins
(Fonte: Valor)