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Deputado denuncia empresa que pode decidir o futuro do VLT


Emanuel Pinheiro aponta direcionamento em contratação de empresa; Governo adia a assinatura de contrato

O deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) apresentou um dossiê, na quarta-feira (21), com uma série de denúncias contra a KPMG Consultoria, que deve ser contratada pelo Governo do Estado para realizar estudos sobre o futuro do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá e Várzea Grande.

Segundo o parlamentar, há suspeitas de direcionamento na contratação da empresa, por R$ 3,8 milhões, que já foi alvo da Polícia Federal, por conta de resultados atestados no período em que a Petrobras foi alvo de desvios de recursos.

Segundo Pinheiro, há um mês, já circulava em veículos de comunicação a informação de que a KPMG se sagraria vencedora do certame em Mato Grosso.

Ainda de acordo com a denúncia, a empresa apresentou oferta de R$ 3,8 milhões para realizar os estudos, sendo este um dos maiores valores dentre as concorrentes.

Além disso, o deputado afirmou que a equipe técnica da Secretaria de Cidades, responsável pelo Termo de Referência do certame, teria desaconselhado a contratação da empresa.

“Eu questiono a viabilidade técnica da KPMG para assumir um estudo tão importante, que vai garantir o futuro do VLT. Questiono essa consultoria, porque já existe esse estudo na Secopa, realizado pela Oficina Consultores Associados, que está 75% concluído, faltando apenas o plano de operação”, disse.

Para Pinheiro, há um “jogo orquestrado” para inviabilizar o VLT.

“A KPMG não está enquadrada no sistema RDC (Regime Diferenciado de Contratações) e não tem a qualificação técnica necessária. Além disso, o preço dela está elevado. O secretário desconsiderou o menor preço. Então, acredito que essa empresa veio, em um jogo orquestrado, para demonizar o VLT, para inviabilizar”, afirmou.

“Tenho certeza que o governador Pedro Taques não tem conhecimento disso. Ele é um homem sério e quer acertar. Então, precisa avaliar essas denúncias. Pedi que não assinasse o contrato até averiguar a questão. Mas, se insistirem, irei avaliar as providências políticas e jurídicas que tomarei”, disse.

Investigação no MPE

O líder do Governo na Assembleia, deputado Wilson Santos (PSDB), disse que o dossiê foi encaminhado ao secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques.

No entanto, ele disse ter recebido informações de que as mesmas denúncias já foram investigadas e arquivadas pelo Ministério Público.

“Eu, na condição de líder, não coloco nada embaixo do tapete. Dou andamento de maneira célere, porque nosso Governo combate a corrupção. A denúncia é grave e já está nas mãos do Governo”, afirmou.

Para Wilson, mesmo que a empresa seja investigada pela Polícia Federal, somente isso não é suficiente para se colocá-la em suspeição.

“A KPMG pode ser investigada pela Polícia Federal, mas, qual o resultado isso? Eu já fui investigado ‘n’ vezes por órgãos. Ser investigado não significa dizer que você tem culpa”, disse.

Por fim, o lider afirmou que o Governo irá aguardar que Emanuel Pinheiro apresente todas as denúncias que possui sobre o caso, para somente então decidir se assina o contrato com a KPMG.

“Apesar de já ter sido analisado pelo MPE, não quer dizer que o caso termina aí, vamos continuar abertos a receber mais informações. Então, solicitei ao secretário Chiletto que não assinasse hoje o contrato. Ele se comprometeu em não assinar e vamos aguardar alguns dias para ver se o deputado tem fatos novos”, completou.

Consultoria

A contratação da empresa obedece a uma decisão do juiz da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, Ciro Arapiraca, que suspendeu por quatro meses o contrato e o aditivo para a retomada das obras.

Conforme o contrato, a KPMG será responsável por apresentar relatórios detalhados ao Estado sobre a viabilidade financeira do modal, o cronograma de retomada e término da obra, a estimativa de demandas de operação durante os próximos 20 anos, a proposta de integração do modal à matriz de transporte, como também o cronograma de desembolso do Estado para implantação do VLT.

Os primeiros relatórios da consultoria deverão ser apresentados pela empresa 45 dias após o início dos estudos.

Já a análise final tem prazo de 120 dias para ser concluída e entregue ao Estado.

Em entrevista recente à emissoras de rádios, o governador Pedro Taques afirmou que o valor de R$ 3,8 milhões com a empresa de consultoria será descontado no contrato com o consórcio responsável pelas obras do VLT.

(Fonte: Midia News)

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