A Justiça do Rio aceitou denúncia contra o ex-prefeito da capital, Marcelo Crivella (Republicanos), que agora virou réu no processo aberto a partir das investigações do “QG da Propina”. Ele vai responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Crivella, que foi derrotado nas eleições municipais de 2020 e deixou a prefeitura no fim do ano, é acusado pelo Ministério Público do Estado de comandar um esquema de liberação de pagamentos a credores do Executivo municipal e direcionamento de licitações em troca de propina.
A decisão é da juíza Juliana Benevides, da 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado. O despacho foi publicado na quarta-feira, 3. “A denúncia vem lastreada de elementos informativos que configuram justa causa, consubstanciando indícios de autoria a respaldar o seu recebimento, ressaltando-se que não há análise de mérito nesta fase processual”, escreveu a juíza.
A delação foi o ponto de partida das investigações. O doleiro, que foi preso preventivamente no âmbito da Operação “Câmbio, desligo”, desdobramento da Lava Jato do Rio de Janeiro em 2018, detalhou o funcionamento do suposto esquema criminoso envolvendo membros da prefeitura, empresários e pessoas físicas e jurídicas usadas como “laranjas”.
A defesa de Marcelo Crivella disse que vai se manifestar após tomar ciência de decisão.
A defesa de Marcelo Faulhaber diz que a “acusação é de tão simplesmente ter apresentado durante o segundo turno da campanha de Crivella, um empresário a pessoa responsável pelas doações da campanha – a pedido desta última e sem ter recebido qualquer vantagem pessoal ou recurso financeiro por este ato. Marcello, como a própria denúncia do MP descreve, não participou de nenhuma atividade ilícita e não recebeu qualquer benefício ou vantagem pessoal derivada do QG da Propina que supostamente funcionou durante a administração Crivella. Tendo em vista que o único ato descrito foi durante o processo eleitoral e que o valor relatado foi doado a campanha, o Ministério Público e a Justiça Estadual não podem apreciar a matéria. A defesa irá recorrer”.
“Rafael Alves é vítima de excessos do Ministério Público, que escreve o que quer, mas não tem argumento de autoridade”, diz sua defesa. “Não há comprovação destas acusações, que serão cabalmente afastadas no curso do processo”.