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CPTM adia compra bilionária de trem

Licitação para adquirir 65 composições e modernizar frota foi suspensa após empresa conseguir liminar para apresentar proposta

Uma queda de braço entre o governo do Estado e a indústria ferroviária provocou mais um atraso na licitação para a compra de 65 trens para a CPTM, a maior da história da empresa e a maior do mundo no momento – cujas primeiras composições deveriam ser entregues no início de 2014.

 

O processo se arrasta desde agosto de 2012. A licitação, que antes era apenas nacional, chegou a ser suspensa no ano passado e refeita – aberta à participação de empresas estrangeiras – porque o preço proposto pelas fabricantes brasileiras têm ficado acima do que o Estado acha correto. A compra é estimada em R$ 2 bilhões. Enquanto os trens não chegam, a lotação da CPTM aumentou 9% só no ano passado, chegando a 2,8 milhões de passageiros por dia. O novo atraso ocorreu anteontem, quando deveriam ter sido abertos os envelopes com os preços das fabricantes – vence quem oferecer menor preço.

 

Um mandado de segurança obtido pela CAF, empresa espanhola com fábrica no Brasil (fabricante nacional, portanto), permitiu que ela apresentasse propostas “com a consideração dos favores fiscais conferidos às empresas estrangeiras, para nivelar (caso exista desnível) a situação entre as concorrentes nacionais e internacionais”, segundo decisão do desembargador Venício Salles, do Tribunal de Justiça da São Paulo.

 

A vantagem para as estrangeiras, segundo o advogado Anivaldo dos Anjos Filho, que representa a CAF, está nos impostos de importação. “Dão uma vantagem de 15% para as empresas estrangeiras”, afirma.

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