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CPI do Transporte do DF retoma sessões e ouve comissão de licitação


Pauta traz depoimentos de três membros; certamente ocorreu em 2010.
Também estão previstas para esta quinta votações de dois requerimentos.

Com o fim do recesso, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura supostas irregularidades no transporte público do Distrito Federal volta a se reunir na manhã desta quinta-feira (6) na Câmara Legislativa. Na pauta estão depoimentos de três membros da comissão de licitação das bacias, realizada em 2010.

Além das oitivas, os membros da CPI devem votar e aprovar dois requerimentos. Um deles recomenda que a Secretaria de Mobilidade reveja os valores das tarifa técnica, repasse feito às empresas de ônibus para subsidiar a passagem paga na roleta.

O outro requerimento, se aprovado, resultará na convocação de representantes das empresas de transporte que não ganharam a licitação de 2010. O chamado deve incluir companhias que atuavam no sistema antes da mudança, como MCS, Rota do Sol e Cootransp.

No primeiro semestre, outros membros da comissão de licitação foram ouvidos pelo colegiado. O ex-presidente do grupo, Galeno Furtado Monte, disse ter recebido ameaças durante o processo de escolha das novas empresas, concluído em 2012.

“Eu tenho medo de morrer até hoje. Já fui muito ameaçado. Eu já fui seguido várias vezes até minha casa. Três vezes eu vi um carro me seguindo”, declarou. “Talvez eu esteja vivo hoje pela minha maneira de ser. Minha segurança eu pedi na época da licitação e durante a licitação. Após a licitação, as ameaças continuaram talvez para queima de arquivo ou coisa parecida, não sei.”

Justiça
Em abril, o Tribunal de Justiça do DF aceitou a denúncia do Ministério Público contra o ex-secretário de Transportes José Walter Vazquez, o advogado Sasha Reck e de outras duas pessoas suspeitas de irregularidades na mesma licitação. O processo tramita na 1ª Vara da Fazenda Pública. Segundo o MP, eles participaram de um suposto esquema para favorecer grupos de empresas no certame.

No início de maio, Vazquez disse que não iria se manifestar até ser notificado. A defesa do advogado Sasha Reck afirmou que ele se colocou à disposição para prestar esclarecimentos e que vai se pronunciar apenas no processo.
Em 24 de março do ano passado, o G1 mostrou que MP investigava um suposto esquema que favorecia empresas de transporte público ligadas a duas famílias – Constantino, que também controla a companhia aérea Gol, e Gulin, do Paraná.

O MP também quer que sejam responsabilizados o ex-coordenador de projetos da concorrência, José Augusto Júnior, e o ex-presidente da comissão de licitação, Galeno Monte.

Se condenados, os envolvidos podem perder direitos políticos e terão que pagar multa de mais de R$ 1,4 milhão. Para o MP, a influência de representante de uma empresa dentro da comissão julgadora é fato grave e poderia até anular toda a licitação que substituiu as empresas de ônibus do DF.

(Fonte: G1)

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