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CPI aponta infração à lei de licitações sem indicar culpado

Relatório da CPI que investigou contratos do governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), com firma situada nos fundos de um cortiço na cidade aponta que a gestão verde infringiu a Lei de Licitações (8.666), mas não cita responsáveis pelas irregularidades.

O documento foi elaborado pelo oposicionista Josa Queiroz (PT), relator da comissão, e deverá ser lido na sessão de hoje, primeira após o recesso parlamentar.

A conclusão das investigações é a de que o governo Lauro desrespeitou o parágrafo 5º do artigo 23 da legislação ao celebrar de forma fracionada e sem licitação contratos com a construtora Mendonça e Silva para reformas em escolas municipais. “O fracionamento se caracteriza toda vez em que, havendo a possibilidade de aquisição de um objeto em uma licitação, este é parcelado em mais de um procedimento. Foi o que ocorreu in casu, já que foram realizados vários convites para objetos semelhantes”, diz o relatório.

O documento cita ainda “falta de planejamento da administração”, ao admitir uma mesma empresa várias vezes para executar os mesmos serviços. “Isso ficou muito claro. Algo que era previsível, que é a manutenção de equipamentos e que poderia ter sido trabalhada com antecedência, com contratos maiores, através de licitações”, discorreu Josa.

Outro ponto citado pelo relator é a “falta de experiência da empresa”. O Diário mostrou que o Paço de Diadema foi a única cliente pública da Mendonça e Silva e que, portanto, não tinha know-how para ser convidada a tocar as intervenções. Em depoimento à CPI, Orisvaldo José da Silva, dono da empresa, admitiu desconhecer a Lei de Licitações.

“A firma não reúne a menor condição de participar de um processo de disputa”, ressaltou o petista, ao emendar que as investigações também apontaram que “houve manipulação”. “Outras empresas (que apresentaram propostas) beneficiaram a Mendonça a pedido de alguém”, destacou Josa. Porém, ninguém foi considerado culpado. Os apontamentos serão encaminhados para o TCE (Tribunal de Contas do Estado) e ao Ministério Público, que já investiga o caso. Como o governo tem maioria na Casa, a tendência é que o relatório seja derrubado.

A suspeita de que a firma pudesse ser fantasma foi refutada.

(Fonte: DGABC)

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