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Corrupção nos Transportes desviou R$ 682 mi, aponta auditoria da CGU

Relatório divulgado nesta quinta pela Controladoria-Geral da União lista 66 irregularidades em 17 contratos do ministério que envolviam R$ 5,1 bilhões

O esquema de corrupção nos Transportes provocou um prejuízo de pelo menos R$ 682 milhões aos cofres públicos, segundo relatório de auditoria divulgado ontem pela Controladoria-Geral da União (CGU). O documento só faz recomendações, mas aponta 66 irregularidades em 17 contratos e licitações, cujos valores chegam a R$ 5,1 bilhões.

A auditoria menciona indícios de conluio, precariedade dos projetos, preços excessivos, serviços não executados, adulteração em medições de obras, direcionamento em concorrência, entre outros problemas. A CGU cita comportamentos “permissivo”, “omissivo” e “doloso”. Houve prejuízos em obras de seis rodovias federais e irregularidades em outras duas.

A situação da BR-101, segundo a CGU, evidencia “o descaso”, “a falência do modelo de supervisão de obras” e a “conivência da fiscalização”. Na mesma rodovia, no Espírito Santo, foram usadas fotos idênticas da estrada em diferentes medições.

Já na BR-116/RS, o prejuízo foi de R$ 101 milhões em decorrência de “irregularidades graves” na duplicação. Dois casos revelados pelo Estado em julho, que somam cerca de R$ 50 milhões, foram auditados e as irregularidades, incluindo favorecimento nas licitações, confirmadas.

O relatório da controladoria é resultado de uma reação do governo tomada em julho para estancar a crise que derrubou o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e pelo menos 27 pessoas. Na época, acuada pela onda de denúncias, a presidente Dilma Rousseff determinou que a CGU entrasse no caso para dar uma resposta pública aos indícios de corrupção no ministério, nas mãos do PR desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

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