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Centro de Convenções Ulysses Guimarães será licitado na próxima semana

O dia já foi marcado: terça-feira, 27 de março de 2018, após as 14h. Nesta data, Rossini Dias de Souza, presidente da comissão de licitação e subsecretário de Parcerias Público-Privadas, organismo vinculado à Secretaria de Fazenda, irá abrir os envelopes com propostas para quem vai administrar, pelos próximos 25 anos, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Se, para o Governo de Brasília, a licitação tem como objetivo livrar-se de um “elefante branco” de 54 mil m² de área, embolsando um pedágio mínimo R$ 3,6 milhões e uma anualidade de R$ 2,8 milhões, que viriam aliviar os combalidos cofres locais e permitir que o governo se livrasse de um produto difícil de adnministrar, a iniciativa privada enxerga com outros olhos a administração do local. E a movimentação de gigantes do setor é intensa nos hotéis de luxo da cidade.

A cobiça não é sem motivo: quem pegar o Centro de Convenções Ulysses Guimarães vai ter apenas que reformar e modernizar e o espaço e áreas adjacentes — convenhamos, o local está arrumado desde a reforma feita há alguns anos. Assim, não será difícil para que uma das gigantes do setor instale-se em Brasília, pague o pedágio e a anualidade pedida pelo governo e lucre bastante com feiras, exposições e eventos que vai promover por aqui — a dinamização da atividade também trará recursos indiretos para Brasília, por meio dos impostos pagos pelos frequentadores destes eventos.

Nos bastidores, comenta-se que uma das interessadas é a multinacional francesa GL Events, criada em 1978 na cidade de Lyon para fornecer estruturas temporárias para eventos, e que hoje administra 40 espaços, entre centros de convenções e arenas multiuso, em mais de 20 países de cinco continentes e que teve faturamento de 953 milhões de euros em 2016. Em e-mail enviado à redação do Jornal de Brasília, ao ser consultada se é uma das interessadas no Ulysses Guimarães, a assessoria da empresa limitou-se a dizer que “ainda não há uma definição a esse respeito”. A conferir na terça-feira.

Outros estados já privatizaram

O Centro de Convenções Ulysses Guimarães cumprirá o mesmo caminho que espaços similares de outros estados seguiram: vai cair nas mãos da iniciativa privada em breve. Aos poucos, eles estão sendo entregues a empresas em importantes cidades do País, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Na capital paulista, o antigo Centro de Exposições Imigrantes virou, em 2014, o São Paulo Expo nas mãos da GL Events, depois de ser arrendado no final de 2013. O Riocentro, com seus 500 mil m² de área, seguiu o mesmo caminho e também está sendo administrado pelo braço brasileiro da multinacional francesa.

Com suas três alas, cinco auditórios e 13 salas moduláveis, áreas de apoio e espaços para feiras e exposições, o centro de Convenções Ulysses Guimarães é promessa de lucro certo aos estrangeiros.

Saiba mais

A concorrência do Centro de Convenções Ulysses Guimarães é a primeira de uma série de editais de PPPs previstos para 2018, a serem lançados pela Subsecretaria de Parcerias Público-Privadas.

Mas a licitação de espaços públicos não para por aí. Já que, na sequência, serão oferecidos à iniciativa privada o Complexo Esportivo e de Lazer do Guará, o Parque da Cidade e a Via Transbrasília, ligará o Setor Policial Sul a Samambaia e deverá ser pedagiada para despertar interesses nos participantes.

(Fonte: Jornal de Brasilia)

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