— Aqui (BR-493) já morreu muita gente. Não temos passarela, e a única sinalização possível para o morador atravessar é o polegar estendido — conta Gerlane Guedes, que perdeu o pai e o cunhado em acidentes de trânsito na estrada — Meu cunhado morreu há pouco tempo. Nós não saímos mais de casa à noite, porque não há como atravessar. É muito perigoso — acrescenta.
Erenildo Coelho da Silva, por sua vez, está descrente. Para ele, a duplicação da rodovia virou uma lenda.
— A senhora viu a placa (do consórcio Guilhermina, ainda no lugar apesar do cancelamento da obra). Há 50 anos eu moro aqui. E, desde criança, a gente ouve falar que vai duplicar. Isso é lenda — diz Silva, acrescentando: — O problema aqui é que a estrada não foi duplicada. Já o trânsito foi quadruplicado.
A estrada é pouca, não tem calçada, e o jeito é andar pelo meio do nada, conta Romualdo Salustiano Arruda, morador de Parque Azul, na mesma região. Segundo ele, apesar do excesso de veículos, na região os moradores se locomovem a pé ou de bicicleta:
— Aqui só tem trânsito, mas não temos meios de transporte adequado.
(FOnte: O Globo)