Notícias

Após licitação, Câmara ainda demonstra cautela com lixo em um aterro privado


Pregão que teve como resultado um preço compatível com o praticado no mercado regional aconteceu na última sexta e será homologado

A destinação do lixo doméstico de Bauru dominou os debates na tribuna parlamentar na sessão da Câmara Municipal dessa segunda-feira (16). A maioria dos vereadores que comentou o assunto demonstrou descontentamento com a terceirização do serviço. Na última sexta-feira, a prefeitura promoveu pregão eletrônico, no qual a empresa CGR Guatapará, que gerencia um aterro sanitário em Piratininga, ofereceu o menor preço para receber cerca de 7.500 toneladas de resíduos gerados por mês na cidade.

O valor foi de R$ 83,50 por tonelada, bem inferior aos R$ 165,00 arrematados pela empresa vencedora de outra licitação realizada pela administração municipal, no ano passado, porém não homologada pelo Executivo após forte reação do Legislativo e da sociedade civil.

Atualmente, a Secretaria do Meio Ambiente gasta R$ 67,00 por tonelada para que a Emdurb execute o serviço no aterro público de Bauru. O local, no entanto, foi considerado esgotado pela Cetesb e, desde o dia 29 de abril, a prefeitura é alvo de multa de R$ 3.132,15 por cada dia de operação.

Fabiano Mariano (PDT) puxou a série de questionamentos. “Parece que o monstro [da terceirização do lixo] passou a ser considerado um bichinho de pelúcia”, ironizou.

Ele criticou a licitação às vésperas do processo eleitoral, alegando que a decisão sobre o futuro do lixo de Bauru deveria ser tomado pelo próximo governo. “Será que o órgão regulador não poderia esperar um pouco mais para proibir a utilização do nosso aterro? Há uma série de questões sem respostas”.

Líder do governo, Carlão do Gás (PMDB) também dirigiu críticas à Cetesb, chamando de “capricho” a determinação do órgão estadual para que fosse interrompida a operação do aterro municipal.

JUDICIAL

Vale lembrar, no entanto, que o plano de encerramento do depósito de resíduos fora assinado pelo prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) em 2011. No ano passado, o maciço principal também tornou-se inviável, mas a Emdurb conseguiu licenciar uma ampliação de 4 mil metros quadrados, que também não suporta mais a destinação de resíduos, de acordo com a Cetesb.

Técnicos ligados ao município, porém, sustentam o contrário e a expectativa é de que, ainda hoje, a empresa pública operadora do serviço e o jurídico da administração impetrem ação judicial com o intuito de voltar a utilizar o aterro.

CUSTOS

Os dois vereadores que defendem a instauração de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar eventuais responsabilidades pela inércia do governo também comentaram o assunto. Roque Ferreira (PSOL) quer saber onde a administração cortará gastos para cobrir o aumento do custo para a destinação final do lixo. A variação será de 24%.

Moisés Rossi (PR) observou ainda que o transporte dos resíduos com os caminhões da Emdurb até Piratininga poderá se mostrar inviável. “Não vai dar certo. Haverá nova licitação para esse serviço. Além disso, temos que apontar soluções e inovações para não ficarmos enterrando lixo para sempre, ainda mais no quintal do vizinho”.

Contraponto

Apesar de ter feito duras críticas à forma com a qual o governo municipal conduziu sua política de resíduos – ainda mais em sendo o prefeito um especialista em meio ambiente -, o líder da oposição, Lima Júnior (PSDB) foi o mais comedido ao comentar o possível contrato com a CGR Guatapará. Segundo ele, a operação do aterro municipal saía mais caro para os cofres públicos. “Só para fazer a ampliação de 4 mil metros quadrados em 2015, gastaram pelo menos R$ 1,5 milhão. A Emdurb mascara os números. Por isso não conseguimos mensurar o custo real”.

Emdurb contrata estudo para nova ampliação

A empresa Fral Consultoria foi contratada pela Emdurb por R$ 20.950,00 para elaborar projeto de expansão do aterro sanitário, na ordem de 10% de sua área original. Não de trata, porém, de uma alternativa para curto prazo. O estudo deve ficar pronto em até três meses.

“A ideia é termos lá um aterro de rejeitos [resíduos não reaproveitáveis ou recicláveis], acompanhado de uma usina de triagem. Vai ficar como alternativa para o próximo governo porque depende de um processo mais rápido de aprovação, se comparado à proposta do novo aterro de 50 mil metros quadrados”, afirma o presidente Nico Mondelli.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente se comprometeu a contratar o projeto básico deste empreendimento, mas não dispõe dos R$ 700 mil necessários para dar seguimento ao plano.

(Fonte: JCNet)

Related posts
Notícias

Com investimento de R$ 3,4 milhões, Recife lança licitação para construir Arrecifes da Cidadania

Equipamento será instalado na Comunidade do Bem, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul da cidade, com…
Read more
Notícias

Em breve deve ser aberta licitação para concessão dos quiosques no Parque dos Pioneiros

Lance inicial previsto é de R$ 400,00 mensais. Vence quem oferecer o maior valor fixo mensal. Com o…
Read more
Notícias

Licitação para requalificação do Teatro Vila Velha será lançada nos próximos dias, diz Bruno Reis

Um dos teatros mais tradicionais de Salvador vai completar 60 anos em atividade, em 31 de julho, e…
Read more

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *