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Após denúncias, Silva fica fragilizado na Esplanada

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o ministro rebateu novamente as acusações e desafiou João Dias a apresentar documentos que o incriminem. “Este farsante não tem e não terá nenhuma prova porque está mentindo”. Orlando não quis comentar os ataques publicados na internet pelo policial. “Não vou me rebaixar a uma pessoa deste nível. O diálogo com este marginal só pode ser feito no Judiciário”.

Confortável – O ministro afirmou estar confortável para permanecer no cargo, mas ressaltou que a decisão cabe à presidente Dilma. Destacou que, devido à realização de grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, a pasta que ocupa passou a ter mais importância, tornando-se, assim, alvo de disputa na Esplanada. “Sei que tem um jogo político e que o ministério onde atuo aumentou a cobiça”.

Ele reiterou sua disposição de ir ao Congresso prestar esclarecimentos. O líder do PC do B na Câmara, Osmar Júnior (PI), vai apresentar hoje um requerimento. A audiência, que deve ser conjunta nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle e Turismo e Desporto deve acontecer ainda nesta semana.

Na visão de aliados, a situação do ministro depende muito do seu desempenho perante os parlamentares. “Temos que aguardar a audiência, mas ele fez bem em se oferecer para ir à Câmara, mostra que ele está disposto a esclarecer”, disse o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). “Ele tomou uma posição firme, deu uma resposta positiva, pediu à Polícia Federal para investigar e vai ao Congresso nesta semana. Acho que é uma postura positiva porque ele não se escondeu”.

No PC do B, o apoio a Orlando foi manifestado de diversas formas. O presidente da legenda, Renato Rabelo, atribui os ataques de João Dias a uma “tentativa intimidatória contra o partido”. Ele afirmou que o PC do B não interfere na rotina do ministério, mas ressaltou a confiança em Orlando. O presidente do diretório do partido no DF, Augusto Madeira, destacou que João Dias não é militante, apesar de ter se candidato a deputado distrital pela legenda em 2006.

Fredo Ebling, acusado na reportagem da Veja de indicar quem receberia o dinheiro desviado do ministério, também se defendeu. Ele negou qualquer envolvimento. “Venho a público manifestar meu veemente repúdio às mentirosas e caluniosas afirmações contra mim lançadas”. Disse ter conhecido Dias durante a campanha de 2006, quando disputou um cargo de deputado federal, mas diz que o contato entre eles restringiu-se a este período.

O Estadão já havia revelado em uma série de reportagens em fevereiro que o programa vinha sendo usado para fazer caixa para o PC do B. Sem licitação, o ministro entregou a ONGs ligadas ao partido contratos que somaram R$ 30 milhões em 2010.

Tentativa de acordo. Outro integrante da cúpula do ministério foi envolvido no caso por João Dias. Em seu blog, o policial afirmou que, por ordem de Orlando, o secretário nacional de esporte de alto rendimento do ministério, Ricardo Leyser, teria tentado localizá-lo na sexta-feira. “O que ele queria comigo? Fazer mais um daqueles acordos não cumpridos?”, provocou Dias.

Leyser negou qualquer tentativa de contato, pessoal ou por telefone. “Como, se estou em Guadalajara desde quarta-feira? Estou acompanhando os jogos Pan Americanos. Pode verificar se tem alguma ligação dos nossos celulares aqui, não vai ter, se tem ligação no hotel, não vai ter”, afirmou o secretário. “Como eu o procurei? Por teletransporte?”,

 

Por: KARLA MENDES E EDUARDO BRESCIANI – Agência Estado

(Fonte: Estadão)

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