A Prefeitura de São Carlos (SP) vai terceirizar a administração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro Cidade Aracy e não descarta fazer o mesmo com outras unidades de saúde e com a Educação. A justificativa é não desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
“É uma medida de gestão administrativa e todo o custeio da UPA não impacta na folha de pagamento, material auxiliar, medicamento, mão de obra”, disse o prefeito Paulo Altomani (PSDB).
O diretor do Sindicato dos Servidores Públicos de São Carlos, Gilberto Rodrigues Antunes, é contra a iniciativa. Segundo ele, isso prejudica quem passou em concursos públicos e espera ser chamado. “Teve concurso em 2015 que foi homologado, estão chamando servidores para alguns locais e está em aberto”.
A obra na UPA no Cidade Aracy começou no dia 5 de janeiro do ano passo. Ao custo de R$ 2.743.971, 82, o prédio deveria ter sido entregue em dezembro, mas até agora não foi inaugurado. Quem mora no bairro disse estar cansado de esperar. “Todo mundo é prejudicado vendo essa obra parada. Dinheiro que foi embora e tudo atrasado até hoje”, reclamou o vigilante Wanderson da Silva.
Mesmo assim, a prefeitura afirmou que vai inaugurar a UPA no mês que vem e fez uma manobra para não estourar a folha de pagamento com novos funcionários. A Secretaria de Saúde decidiu terceirizar a gestão da unidade no Cidade Aracy.
Licitação
A licitação já foi aberta para contratação de uma Organização Social (OS) pelos próximos dois anos. As empresas têm até o dia 14 de abril para retirar o edital, divulgado sexta-feira (1º) no Diário Oficial. Segundo o texto, a prefeitura também vai selecionar propostas para a gestão plena das UPAs do Santa Felícia e Vila Prado.
Além delas, há quatro Unidades de Saúde da Família que o prefeito afirmou que vai terminar. “Só de folha de pagamento, cada uma delas fica em torno de R$ 30 mil por mês. Nós não temos condições de contratar via concurso público pela prefeitura exatamente pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Então a expansão dos novos empreendimentos que estamos fazendo na área da Saúde e talvez até na Educação, futuramente, serão através de OS”, explicou Altomani.
Quem depende do serviço público de saúde disse que o importante é melhorar o atendimento nas UPAs. “O trato com o paciente. Às vezes, você está passando pela consulta e o médico nem olha, não pergunta direito, já vai dando o remédio, não é bem assim”, disse a dona de casa Vania Cavaleti Santos.
(Fonte: Jornal Floripa)