Outro motivo do adiamento é a viagem da presidente Dilma Rousseff à China no dia 11, exatamente quando ocorreria o leilão. Apesar de os chineses terem declarado à ANTT que querem participar do trem-bala apenas como fornecedores ou construtores, Figueiredo admitiu que a visita de Dilma à China pode reverter esse quadro.
PARA ENTENDER
Pedidos de atraso marcam o projeto
No fim de novembro, diante do risco de ter apenas um concorrente, os coreanos, na disputa pelo projeto, orçado em mais de R$ 33 bilhões, a ANTT adiou o leilão do trem-bala de 16 de dezembro para 11 de abril.
A ANTT disse, na ocasião, que quatro grupos de empresas fizeram “manifestações concretas e objetivas” de que iriam participar da licitação.
As pressões para o governo desistir de realizar a licitação partiram tanto das empresas estrangeiras, que detêm a tecnologia de fabricação, quanto de entidades empresariais, como a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer). Muitas empresas preferiam aguardar o resultado das eleições, já que o candidato José Serra (PSDB) era contra o TAV.
Quatro meses depois, a história se repete. A ANTT recebeu três pedidos formais de adiamento: um da francesa Alstom, fornecedora de equipamentos, um da Ad-Trem, que agrega os fabricantes de trens e outro da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer). A espanhola Talgo fez o pedido à agência e os coreanos enviaram um documento solicitando alteração de alguns pontos no edital.
Por: Karla Mendes / BRASÍLIA
(Fonte: O Estado de S.Paulo)