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Acidente no Japão atrasa usinas no Brasil

Construção de usinas nucleares deve atrasar até um ano e meio, diz funcionário da Eletronuclear

O plano do governo federal para a construção de novas usinas nucleares no Brasil deve sofrer atraso de até um ano e meio por causa do acidente de Fukushima, no Japão, em março de 2011.

Ontem, o assistente da presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães, afirmou que a catástrofe japonesa ocorreu justamente no momento em que o País se preparava para levar adiante os trabalhos de planejamento, o que criou um ambiente desfavorável para a discussão do assunto.

“Poderíamos atribuir um atraso de um ano a um ano e meio para as novas usinas”, disse Guimarães, ressaltando, porém, que o último Plano Plurianual do governo indica que a energia nuclear continua nos planos do País. Um dos objetivos estabelecidos no documento é projetar quatro novas usinas entre 2012 e 2015 e criar fundamentos para que elas possam sair do papel no futuro, sem especificar prazo.

Em palestra no 3.º Fórum de Energia Nuclear, ontem no Rio, Guimarães avaliou que, logo após o acidente, o momento tornou-se politicamente inadequado para levar as discussões à frente. Na época, a Alemanha anunciou o abandono de seu programa nuclear, decisão classificada de “irracional” pelo executivo.

Pressões. Para ele, a guinada mostra que a chanceler Angela Merkel teve de ceder às pressões populares contra a energia nuclear, que teriam fortalecido o Partido Verde alemão. Em 2011, ano de eleições também no Brasil, a candidata do Partido Verde, Marina Silva, surpreendeu ao ficar em terceiro lugar. Antes mesmo da campanha, ela defendera a realização de um plebiscito sobre a necessidade de o País utilizar energia nuclear.

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