A revisão dos contratos de concessão de usinas hidrelétricas que começam a vencer a partir de 2015 vai levar em consideração a chamada modicidade tarifária.
A revisão dos contratos de concessão de usinas hidrelétricas que começam a vencer a partir de 2015 vai levar em consideração a chamada modicidade tarifária. Ou seja, como o período de amortização dos custos de construção já terá acabado, os novos contratos poderão ter valores menores, barateando as contas de luz.
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, explicou que o custo de operação das usinas é bem menor do que o valor atual pago pelos consumidores, em torno de R$ 80 por megawatt-hora. “Uma coisa que está certa é que tem que haver uma captura para a sociedade, inerente às usinas já amortizadas. Esse é o princípio. Mas como vai ser feito, ainda não está decidido”, disse.
Ele explicou que, independentemente do modelo adotado, deverá haver alguma mudança legal que permita a redução da tarifa, mesmo se for utilizada a regra de licitação comum. “A visão política vai ser dada pelo ministério (de Minas e Energia)”, contou.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, explicou que, depois que amortizar os investimentos, o custo de operação e manutenção das usinas é, de fato, muito baixo.
“Existe uma estrutura cujo investimento já foi pago, amortizado, mas que continua entrando água. A ideia é que essa renda que pode ser gerada seja apropriada para a modicidade tarifária, para o consumidor. Ainda dá para conseguir uma tarifa baixa”, disse.
O presidente da EPE acredita que a hidrelétrica é um bem fantástico para o país. Ele lembrou que uma planta de termelétrica dura 20 anos e, depois, acaba sucateada. “Tem hidrelétrica que, se tiver manutenção, pode durar 100 anos ou mais. Ela fica igual a uma pirâmide”, comparou. Tolmasquim e Hubner estiveram presentes no mesmo evento, no Rio de Janeiro, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
POR: Juliana Ennes
(Fonte: Valor Online)