A Prefeitura de Jales publicou no início da semana o aviso de abertura de uma nova licitação para o recolhimento do lixo urbano e a varrição manual das ruas da cidade. O contrato atual, firmado em 2015 com a empresa Macchione Projeto, Construção e Pavimentação Ltda, de Catanduva, tem vencimento previsto para o final de abril. Em casos como a prestação de serviços de recolhimento do lixo, os contratos são firmados por 12 meses e podem ser prorrogados por no máximo, mais 48 meses, perfazendo, no total, cinco anos de contrato. O contrato firmado na gestão do ex-prefeito Pedro Callado, em abril de 2015, tinha o valor de R$ 3,1 milhões. Atualmente, com os reajustes que foram feitos em quatro anos, o valor do contrato é de R$ 3,4 milhões.
Na nova licitação, que está prevista para o próximo dia 08 de maio, a Prefeitura estima pagar, no máximo, R$ 4,6 milhões em 12 meses. O aumento se deve aos novos serviços que passarão a ser executados pela empresa vencedora, que inclui uma espécie de “cidade limpa” permanente. “A ideia é que a empresa tenha uma equipe para recolher, pelo menos uma vez por mês, os entulhos domiciliares – sofás velhos, fogões, tvs, ventiladores, etc – deixados pela população nas calçadas. Os resíduos sólidos de construção civil também serão recolhidos pela empresa, desde que não ultrapasse 1 metro cúbico”, explicou o chefe de gabinete da Secretaria de Planejamento, Wellington Assunção.
Outra novidade será o recolhimento do material depositado em pontos de descarte irregular. “Nós catalogamos a existência de pelo menos 36 pontos de descarte irregular só na periferia da zona urbana, principalmente nas saídas da cidade, como na ‘saída do pilão’, na estrada de terra entre os bairros Santo Expedito e Euphly Jalles, na estrada ao lado do Aeroporto, etc. A empresa deverá ter uma equipe para visitar esses pontos mensalmente e, se houver necessidade, visitar também alguns pontos da zona rural”, explicou o secretário de Obras, Manoel Andreu De Aro. “Essa questão do material que as pessoas despejam nesses pontos de descarte irregular é uma das coisas que mais geram reclamações da população. Acredito que esse problema será resolvido com a terceirização”, disse De Aro.
Outra alteração diz respeito ao recolhimento do lixo reciclável que, atualmente, é executado pela Cooperativa de Recicláveis de Jales e passará a ser feito pela empresa ganhadora da licitação. “A reciclagem do lixo continuará sob a responsabilidade da Cooperativa, que agora está funcionando em um barracão próprio, construído nas proximidades do aterro sanitário com recursos do Fecoop. Já o recolhimento ficará por conta da empresa do lixo”, afirmou o chefe de gabinete Wellington. Ele ressaltou que “sempre que o caminhão da Cooperativa quebra é um problema e a solução acaba sobrando para a Prefeitura. Com a terceirização, a Prefeitura se livra desse problema e, ao mesmo tempo, ajuda a Cooperativa, que passará a se ocupar apenas da reciclagem”.
Empresa faturou quase R$ 11 milhões em cinco anos
Desde que começou a cuidar da limpeza urbana em Jales, em 2015, a empresa Macchione Projeto, Construção e Pavimentação Ltda faturou R$ 10,9 milhões com a prestação dos serviços, uma média de R$ 2,2 milhões por ano. A média está bem abaixo dos R$ 3,3 milhões previstos em contrato. O valor inclui, também, a manutenção do aterro sanitário. Os dois anos em que a Prefeitura de Jales gastou mais dinheiro com os pagamentos efetuados à Macchione foram 2018/2019, quando a empresa recebeu pouco mais de R$ 2,3 milhões em cada ano. Nos primeiros três meses de 2020, a Prefeitura já pagou R$ 920 mil à empresa. A Macchione Projeto Ltda pertence ao atual prefeito de Catanduva, Afonso Macchione Neto. Ele chegou a ser cassado pela Câmara Municipal em maio de 2019, acusado de infrações político-administrativas, mas retornou ao cargo em novembro de 2019, por determinação da Justiça.
(Fonte: A Tribuna)