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‘Governo é que define as ações estratégicas da Petrobrás’, diz Gabrielli

Presidente da estatal afirma que ingerências políticas ocorrem em todas as empresas do setor petrolífero

 

SÃO PAULO – O governo é responsável pela definição não apenas da política de preços dos combustíveis no País como por todas as decisões estratégicas da Petrobrás. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, admite com todas as letras a interferência que, por vezes, causa reações adversas no mercado. O executivo fala com naturalidade sobre o tema, afirmando que ingerências políticas ocorrem em todas as empresas do setor. Na sua palestra, no seminário Os novos desafios do pré-sal, ele citou empresas concorrentes, como Shell, Exxon e BP, para corroborar sua tese.
Em entrevista ao Estado, ratificou: “Toda decisão é política. Conteúdo nacional; aumentar ou não a exploração; vender para a China ou para os Estados Unidos; aumentar ou não o preço do combustível; entrar ou não na petroquímica”, afirmou, lembrando que o conselho de administração da empresa é integrado por ministros de Estado. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

 

A Petrobrás irá ajudar a calibrar as ofertas de áreas de pré-sal?

 

A Petrobrás não tem nada a dizer sobre a oferta (leilão de áreas). Mas, a lei aprovada pelo Congresso diz o que fazer. As novas áreas serão ofertadas de forma a garantir que a indústria nacional possa atender à demanda por conteúdo nacional. A velocidade de entrada de novas áreas vai ser determinada não pela Petrobrás, mas pela capacidade dos estaleiros brasileiros, pela capacidade de produção de equipamentos no Brasil.

 

Podemos presumir que a Petrobrás não espera a licitação para a área do pré-sal a curto prazo? Só a partir de 2013?

 

Nosso plano é de longo prazo, até 2015. Quando houver a licitação, vamos nos posicionar. Vamos analisar as condições, saber se vamos disputar os 70% (a estatal obrigatoriamente já entra como detentora de 30% de todas as áreas) ou se vamos ficar nos 30%.

 

A Petrobrás espera mudar de patamar de investimentos?

 

No sentido de ser mais do que os US$ 224 bilhões? Pode ser. Ou não! Depende da oferta. Posso desinvestir, mudar o ritmo de outros projetos. Quando falo em 40% da produção vir do pré-sal em 2020 estou falando dos campos atuais, não dos novos. A concessão atual é 30% da área toda do pré-sal.

 

A Petrobrás já tem um plano para os desinvestimentos do planejamento estratégico?

 

Eu não tenho um plano, tenho uma lista de três tipos ativos que vamos incluir no programa. Serão blocos exploratórios e de produção; participação acionária em empresas e o terceiro ativo é o uso de nossos recebíveis e imobilização de caixa, que devemos liberar.

 

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