O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, chamou hoje de “equivocada” a política do governo americano de aumentar a emissão de dólares para manter a competitividade da moeda.
“Do ponto de vista do mundo e do Brasil, fazer emissão de US$ 600 bilhões não é adequado para a estabilidade internacional”, afirmou.
Ainda não é possível quantificar os impactos sobre a petrolífera brasileira, segundo ele, porque o efeito do câmbio sobre a Petrobras é complexo, pelo fato de a empresa ser, ao mesmo tempo, grande exportadora e grande importadora, além de ter ativos no exterior e dívida em dólar. A apreciação do real frente ao dólar tem efeitos diferentes sobre cada um dos compromissos.
“Não há resposta direta, porque depende da velocidade da apreciação do real e da posição relativa dessas contas ativas e passivas no nosso balanço. Pode ser bom ou pode ser ruim”, afirmou o executivo após participar da cerimônia de abertura do Congresso Brasileiro de Energia, no Rio de Janeiro.
Gabrielli afirmou que a abertura das propostas para contratação de 28 sondas para o pré-sal, antes prevista para o dia 3, se dará a partir de 17 de novembro. A primeira desse conjunto de sondas entrará em operação em 2014. O atraso na contratação, segundo ele, não vai interferir no cronograma.
O adiamento do prazo para concluir a licitação, de acordo com Gabrielli, deveu-se à necessidade de anuência cruzada dos órgãos ambientais federais e estaduais. Ele disse que há uma “zona cinzenta” sobre a competência para emitir as licenças.
“Não há impasse. Se não chegar a anuência cruzada, vamos considerar no momento que isso ocorrer.”
Gabrielli afirmou que a produção da Petrobras neste ano deve ser inferior ao projetado no ano passado, por causa das paradas não programadas. Uma delas foi a interdição da plataforma P-33, em função de denúncias de falta de segurança para operação.
“Sempre quando anunciamos nossa meta de produção, normalmente é 2,5% acima ou abaixo. Provavelmente vamos ficar abaixo do que os -2,5%, mas não dá para dizer quanto”, disse.
Por Fabia Prates | Do Rio de janeiro
(Fonte: Folha.com)