Os recursos destinados para subsidiar o trem-bala seriam suficientes para concluir as obras inacabadas dos metrôs das principais metrópoles brasileiras, afirmou o senador José Agripino (RN).
Durante votação da medida provisória (MP) que autoriza financiamento de até R$ 20 bilhões, pelo BNDES, para o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV), Agripino disse acreditar que o trem-bala é uma obra importante, mas o país precisa eleger prioridades que são realmente urgentes e relevantes.
“Governar é eleger prioridades. É importante o trem-bala? É, mas é preciso ver as prioridades do país. Os metrôs são essenciais e devem ser prioridade”, afirmou o senador.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estima-se que, com o que se pretende gastar com o TAV, daria para construir 10 mil km de ferrovias, expandindo em um terço a malha atual brasileira, beneficiando 15 milhões de pessoas por dia.
Em relação ao estado do Rio Grande do Norte, José Agripino disse que o aeroporto de São Gonçalo espera há dez anos para ser concluído. A obra, segundo o senador, proporcionaria o desenvolvimento de seu estado e também de todo o Brasil. “Há dez anos se arrasta o aeroporto de São Gonçalo. O governo não tem dinheiro para construí-lo, já anunciou a parceria publica e privada, mas tem dinheiro para o trem-bala?”, questionou Agripino.
Quando foram divulgadas as primeiras ideias relativas ao trem de alta velocidade (TAV), há pouco mais de dois anos, o governo estimava seu custo em R$ 19 bilhões. Pelo que estipula o edital da obra, ela sairá por R$ 33,1 bilhões -ou seja, 70% mais do que se previa. Mas possivelmente o trem-bala custará muito mais. O senador potiguar questionou ainda a urgência e relevância do governo para a votação da matéria. “Urgência? A Agencia Nacional de Transportes Terrestres prorrogou a licitação do trem bala, a data de entrega dos envelopes, ou seja, foi adotada a prerrogativa da prorrogação”, disse. “O Senado precisa ser respeitado. O Brasil precisa ser respeitado. Precisamos estabelecer, urgentemente, um diálogo saudável de prioridades para este país”.
(Fonte: Democratas)